'O Brasil é estratégico para o Twitter', diz diretor do microblog no país
Em entrevista exclusiva ao TechTudo, Guilherme Ribenboim, diretor-geral da rede no Brasil, afirmou que a criação da sede brasileira foi muito bem pensada e uniu o útil ao agradável. De acordo com ele, o país foi escolhido por ser um dos mais ativos na rede, além de apresentar um mercado publicitário em alta expansão.
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“Viemos pra cá com um objetivo claro de focar no mercado. A ideia é mostrar as oportunidades que o Twitter oferece enquanto uma plataforma real time. O tamanho da nossa base no Brasil é gigantesca e cresce cada vez mais. Isso, somado a um crescente mercado em propaganda, transformou o Brasil em um ponto altamente estratégico para o Twitter, uma vez que aproxima os usuários da rede e, consequentemente, atrai as alianças publicitárias, que também estão focadas nos clientes em potencial que são os usuários do Twitter”, afirmou.
O foco em publicidade leva o escritório brasileiro do Twitter a ser responsável, principalmente, pela venda de propagandas, parcerias com as companhias locais e, acima de tudo, de conectar, cada vez mais, a rede com seus usuários. Para isso, serão usadas as contas e os tuítes promovidos. Em outras palavras, os anunciantes pagarão para que suas mensagens apareçam em destaque.
Nossa base no Brasil é gigantesca. Isso, somado a um crescente mercado
publicitário, transformou o Brasil em um ponto altamente estratégico
para o Twitter"
Guilherme Ribenboim
“É o nosso primeiro ano no Brasil, logo, é um ano de construção. Estamos montando a equipe, alinhando projetos, preparando nosso escritório para atender à essa demanda da melhor forma possível”, disse Ribenboim.
Aliás, a estratégia de conquistar o mercado brasileiro ganhou um plus com a confirmação do país como sede da Copa e das Olimpíadas, de 2014 e 2016, respectivamente. É que, segundo Ribenboim, o Twitter reflete o momento dos usuários e, consequentemente, do ambiente em que vivem. Para ele, os grandes eventos serão naturalmente comentados no microblog.
“Gosto de dizer que o Twitter é o fluxo do planeta. Tudo o que acontece as pessoas correm para postar e emitir suas opiniões. Foi assim com a tragédia de Santa Maria e com a morte do Chorão, por exemplo. Com a Copa e as Olimpíadas aí, naturalmente as pessoas vão publicar coisas a respeito. Isso é a base do Twitter, ser esse reflexo dos pensamentos. Por isso, também é natural a criação de uma grande oportunidade de divulgação de eventos e de marcas. O Twitter é uma grande plataforma publicitária que oferece inúmeras oportunidades para quem resolve aderir”, observou.
Atualmente, a rede conta com mais de 200 milhões de usuários ativos por mês, e aproximadamente 400 milhões de tuítes são publicados em todo mundo. No entanto, segundo relatório emitido pela ComScore, no ano passado, somente no Brasil, o Twitter apresentou uma queda de 24% de sua audiência, o que, de acordo com Ribenboim, não é algo muito válido.
“A ComScore não avalia números de mobile, que é da onde vem o maior número de acessos do Twitter, devido ao boom de smartphones. É menos comum alguém sentar no computador para postar. Os dados que avaliam as duas plataformas confirmam que não sofremos quedas. De qualquer forma, estamos sempre tentando aprimorar a rede para manter os antigos usuários e agregar novos”, concluiu.
Gosto de dizer que o Twitter é o fluxo do planeta. Tudo o que acontece as pessoas correm para postar e emitir suas opiniões"
Guilherme Ribenboim
“O Twitter é o reflexo do momento. Durante a Primavera Árabe, ele se transformou em uma ferramenta importantíssima. E, de forma geral, a plataforma serviu apenas para expor o pensamento politizado de um grupo específico, de um lugar específico. O comportamento dos usuários de cada país tem muito a ver com o momento em que aquele país se encontra. No Brasil, por exemplo, os assuntos são mesclados e vão de política à entretenimento. Tem a ver com o momento de cada lugar”, definiu.
Ribenboim também mostrou entusiasmo com o crescimento da rede como um todo, após suas últimas atualizações e a implementação do Vine - a plataforma de vídeo do Twitter -, mas adiantou que ainda não há previsão de chegada do aplicativo para a plataforma Android.
“Estamos vendo um crescimento do número de usuários que aderem ao Vine, mas ainda é um processo gradual, comum de uma ferramenta nova. Mas estamos realmente felizes com o resultado. Buscamos novidades para os usuários e eles respondem. Quanto à versão para Android, posso dizer apenas que não é algo para agora, mas que pode vir em um momento certo”, declarou.
O diretor também falou a respeito dos filtros próprios para fotografias e descartou a hipótese de que os mesmos foram criados para concorrer com o Instagram, comprado pelo Facebook, apontada como a maior concorrente do microblog.
“Os filtros estão sendo utilizados sim. Buscamos isso para facilitar e otimizar o uso do Twitter pelas pessoas, e estamos tendo uma aceitação grande. Não tem nada a ver com o Instagram. Nosso objetivo é ser a rede que as pessoas procuram pra contar o que está acontecendo agora, o assunto do dia. A praticidade de ter tudo reunido em um só lugar otimiza o tempo, o que, se tratando de Internet, é altamente precioso”, afirmou.
Twitter lançou coleção de filtros parecida com Instagram, mas Ribenboim nega que tenha relação entre as ferramentas (Foto: Divulgação)
“Além de serem rumores, as plataformas têm propostas muito diferentes, o que permite ter espaço para cada uma delas. A hashtag é, de certa forma, uma marca do ‘real time’ que o Twitter tem como base principal, e que é nosso diferencial. De qualquer forma, não vejo como isso pode atrapalhar”, finalizou.
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